Fase vermelha em SP: impacto no setor de transporte

Fase vermelho em SP

A fase vermelha em SP foi iniciada em 6 de março, criada devido ao grande número de internações e mortes pertencentes ao COVID19. A ideia é que seja diminuída a circulação de pessoas na cidade, com a paralisação ou implantação de home office nos setores não essenciais e assim somente setores cruciais continuem com a movimentação, buscando reduzir aglomeração, propagação do Corona Vírus e outros incidentes provenientes a ele e evitar o risco de colapso à saúde pública.

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Com a falta de controle e responsabilidade do presidente sobre como conduzir a pandemia da melhor maneira possível, foi necessário que os prefeitos se reunissem para discutir um plano de controle sobre suas respectivas cidades. Bolsonaro, por sua vez, está sempre com sua postura negacionista em relação a gravidade da situação e condena a imprensa, com o discurso de que estão espalhando caos pelo país, exagerando na gravidade da crise – fazendo boa parte da população acreditar que o vírus não é tão sério e até atrapalhando na rotina daqueles que precisam se deslocar de suas casas até seus respectivos locais de trabalho e impedindo que o Plano SP dê resultados positivos. Essas e outras ações do presidente também influenciam negativamente a população a não ter a devida preocupação e não utilizarem as medidas para evitar o contágio de forma correta e eficaz.

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60 milhões de doses da vacina contra o COVID-19

O presidente da APM (Associação Paulista de Municípios) e prefeito de Campos de Jordão, Fred Guidoni, encaminhou uma carta ao governador João Doria solicitando medidas mais rígidas de restrição diante do risco de colapso na saúde pública e fez duras críticas ao que os prefeitos consideraram inércia do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

“inércia do governo federal em adotar atitudes eficazes e ações eficientes em âmbito nacional quer no sentido de agilizar o PNI (Programa Nacional de Imunizações) com vacinas para a população, quer no sentido de investir recursos na área da saúde pública nos estados e municípios brasileiros”. – Diz em parte da carta entregue.

E, após vários encontros virtuais, foi decidido o plano para esta fase tão crítica da pandemia.

O governador João Doria prometeu tomar mais medidas e a compra de 60 milhões de doses de vacina extras ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, sendo 20 milhões da Coronavac, 20 milhões da Sputink V e 20 milhões da Pfizer.

“Até dezembro, todos os brasileiros que moram em São Paulo estarão vacinados”, disse Doria.

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Embora muitas categorias tenham sofrido seriamente com a fase vermelha e até mesmo fases anteriores – com regras menos duras no combate à pandemia -, alguns outros não pararam ou não foram tão prejudicados.

Atividades essenciais em SP estão liberadas

Na fase atual, as atividades consideradas essenciais são setores da saúde (hospitais, farmácias, clinicas e estabelecimentos de saúde animal), alimentação (supermercados, açougues, padarias), bares, lanchonetes e restaurantes (via delivery e drive thru), abastecimento (transportadoras, postos de combustíveis, lojas de materiais de construção), segurança pública e privada, serviços gerais (hotéis, bancos, callcenter, assistências técnicas), logística (empresas de locação de veículos, transporte público, táxi, estacionamentos) e comunicação social. E, mesmo os setores cruciais precisam atender e manter protocolos rígidos para evitar a propagação, como oferta de álcool em gel nos estabelecimentos, aferição de temperatura, controle de entrada e saída de usuários, entre outros.

Organização contra aglomerações no setor de transportes

No setor de transportes coletivos, a definição correta deveria ser em não diminuir a frota de ônibus, trens e metrô diária, mas manter o atendimento normal para a quantidade reduzida de usuários. O que nem de longe foi a realidade, especialmente nos primeiros dias de adequação. Em algumas estações de trens, metrô e linhas de ônibus, aparentava não haver diminuído a quantidade de usuários, causando a superlotação dos citados, embora a quantidade de usuários tenha diminuído mais de 60% em comparação ao ano passado. A sensação dos passageiros era que haviam diminuído a quantidade de ônibus e trens funcionando, como acontece aos domingos na capital.

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De acordo com Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário de Governo de São Paulo o movimento diário, antes da quarentena, era de mais de 10 milhões de pessoas e agora, com a Fase Vermelha é de menos de 4 milhões nos transportes públicos, o que não impede a superlotação, caso não mantenham o funcionamento normal de todas as atividades.

O posicionamento do secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, sobre o escalonamento sugerido pelas autoridades é que deveria ser uma obrigação e não recomendação. O escalonamento previa a locomoção dos funcionários por ordem e horários específicos para evitar aglomeração e pico nos horários mais críticos. A indústria seria o setor a entrar e sair primeiro, setor de serviços viriam em seguida e por fim, o setor de comércio.

Problemas com a organização na CPTM geram aglomeração

Mesmo assim, um exemplo de falha na tentativa de diminuição dos casos de COVID 19 foi o primeiro dia útil da fase vermelha em SP, onde filas e aglomerações tomaram conta das linhas da CPTM e do metrô na capital, comprovando o posicionamento do secretário de transportes. Na estação Brás da CPTM, uma das mais movimentadas, por exemplo, centenas de pessoas se aglomeravam nos trens, nas plataformas e nas escadas rolantes logo nas primeiras horas de funcionamento, sendo assim, impossibilitando o distanciamento necessário.

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Embora não tenha havido restrições nos transportes públicos, a demanda de carros particulares ou táxis/uber na rua também aumentou. Mesmo que alguns motoristas da categoria tenham dito que a fase foi sem dúvidas um dos piores momentos para os mesmos, já que, com a fase vermelha, também houve a restrição de circulação em horários mais tardios – horário de melhor movimento para os motoristas. Além de tudo, devido às restrições, muitos motoristas ficaram sem solicitações de viagens, ou seja, muita oferta e pouca procura, dificultando ainda mais o trabalho dos motoristas de aplicativos e taxi.

Transportes rodoviários, intermunicipais e outros funcionam normalmente, facilitando e mantendo todo o serviço de produção e entrega de mantimentos, alimentos e outros.

Transporte Rodoviário - Toda Matéria

Com todo este cenário apresentado, vimos que não basta apenas planejamento do governo sobre como combater a situação e sim, também apoio do Presidente, das empresas e funcionários, além de todos os outros usuários que comumente utilizam os transportes, seja por motivos de saúde, trabalho ou outros. E, não menos importante, que o governo perceba que diminuir a quantidade de usuários ativos utilizando os meios de transporte, não quer dizer reduzir também a frota de ônibus e metrô.

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